Exército com reforço "muito significativo" este ano: 221 milhões. Onde?
- 31/12/2025
Ao longo deste ano foi registado um aumento da dotação da Lei de Programação Militar (LPM) do Exército, valores que dispararam desde os 55,9 milhões de euros, em janeiro, para 276,6 milhões em dezembro.
Este reforço - no valor de 220,7 milhões de euros - "corresponde a +395% face à dotação inicial, o que significa que a LPM de 2025 ficou perto de cinco vezes acima do valor com que começou o ano."
Tal como indica o Exército numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, esta é uma "subida muito significativa ao longo do ano."
PIB, Ucrânia... e mais?
Na mesma nota, o Exército detalha ainda em que áreas o reforço foi maior, com a "maior fatia" a ter sido assegurada "pelo investimento em Defesa associado ao objetivo dos 2% do PIB, no montante de 177 milhões de euros, representando cerca de 64% da dotação total e aproximadamente 80% do reforço registado em 2025."
"A este montante somam-se verbas provenientes do apoio à Ucrânia (15,194 milhões de euros), a transição de saldos (17,765 milhões de euros) e receitas próprias do Exército, incluindo retornos de IVA (6,683 milhões de euros) e alienação de equipamento (4,056 milhões de euros)", lê-se ainda.
Em relação a estas verbas 'vindas' de Kyiv, é ainda explicado que "a dotação adicional foi direcionada para áreas de mobilidade e proteção, incluindo investimento em VTM (Viaturas Táticas Médias), ciberdefesa e continuidade de modernização, assegurando cobertura financeira em processos aquisitivos e acelerando a execução."
Este ramo das Forças Armadas aponta ainda que "entre os principais investimentos financiados, destaca-se a modernização da VBR PANDUR (MLU) com 100 milhões de euros, a Defesa Antiaérea de Curto Alcance (SHORAD) com 45 milhões de euros, e o reforço de comunicações e comando e controlo com 17 milhões de euros para módulos SIC-T (Sistema de Informação e Comunicações Tático) e 5 milhões de euros para o HMS (Sistema de Gestão de Quartéis-Generais)."
Segundo o que é apontando, "o reforço inclui ainda 10 milhões de euros para o projeto Anticarro, permitindo redimensionar o nível de ambição e preparar a aquisição."
O que adquiriu o Exército (e o futuro)
No mesmo balanço, o Exército refere ainda que as receitas próprias deste ramo permitiram também "reforçar capacidades de elevada utilidade operacional, incluindo a aquisição de micro UAV [Veículo Aéreo Não Tripulado], viabilizando a concretização do investimento previsto para 40 sistemas e reforçando a vigilância, reconhecimento e compreensão situacional em apoio às forças no terreno."
"A evolução da LPM constitui um 'acelerador de capacidade' alinhado com a Força Terrestre 2045, sustentando prioridades como a modernização de plataformas, defesa antiaérea, digitalização do comando e controlo, comunicações táticas, cibe resiliência e sistemas não tripulados, em coerência com requisitos de interoperabilidade e metas operacionais no quadro aliado", remata o Exército.














