Ex-diretor da NASA deixa conselho a empresas que queiram adotar IA
- 28/11/2025
Jay Liebowitz é ex-diretor de gestão do conhecimento do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA e foi orador, na quinta-feira, da conferência internacional "Shaping the Future of Data, Knowledge and Innovation with AI for Global Sustainable Change", dedicada ao futuro dos dados do conhecimento e da inovação nas empresas com a inteligência artificial (IA), no ISCTE.
Questionado sobre que conselho daria às empresas no que toca à utilização de IA, Jay Liebowitz aponta a estratégia.
"O primeiro ponto é que - e isto serve para qualquer empresa - deve ter realmente uma estratégia de IA bem coordenada", afirma, salientando que uma área é a governação.
Portanto, "quem é que vai supervisionar a aplicação, o desenvolvimento e a fiscalização destes sistemas de IA nas empresas? Isso entra na ética da IA e na IA responsável", prossegue.
Ou seja, a questão prende-se com quem vai supervisionar se um sistema falhar. Pois, se alguma informação no sistema for enviesada vai produzir resultados que talvez não sejam tão favoráveis como se esperaria.
"É preciso ter uma estratégia de IA muito bem concebida a um nível empresarial global", insiste o responsável.
Por isso, refere, "muitas empresas estão agora a contratar diretores de IA ('Chief AI Officers') ou, por vezes, são chamados 'Digital Ethics' [ética digital], para ajudar a desenvolver e implementar estes sistemas de IA".
Mas antes, acrescenta, a empresa deve "certificar-se de que os dados na sua organização e a sua estratégia são precisos, bem governados e bem protegidos", porque se estes dados "forem imprecisos, espúrios", então não se vai obter "a precisão e os resultados de que necessita", considera Jay Liebowitz
O ex-diretor de gestão do conhecimento do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA aborda ainda o facto da utilização de IA ainda não estar a ter o retorno do investimento.
"O aspeto negativo é que houve recentemente um relatório do MIT, o Massachusetts Institute of Technology, que é uma das melhores universidades técnicas dos EUA", em que "descobriram que 95% destes sistemas de IA generativa (GenAI) que foram implementados nas empresas não estão a obter o retorno do investimento que esperavam", diz.
A principal razão apontada "é que não foram integrados no fluxo de trabalho dos seus outros sistemas, têm sido uma espécie de sistemas autónomos e isolados (silos)".
A outra área é a utilização de agentes de IA, ou também conhecidos como "agentic AI", onde diferentes agentes de 'software colaboram' entre si para determinadas funções.
"E essa tem sido uma área crescente de aplicação que as empresas estão a utilizar, quer se trate de pequenas ou médias empresas ou de grandes companhias", salienta.
Leia Também: 'Guerra' de IA pode acabar como os motores de busca, alerta Mark Cuban















