EUA vão restringir vistos para nigerianos envolvidos em violência contra cristãos
- 03/12/2025
Os ataques à comunidade fazem parte de uma crise de segurança de longa data e extremamente complexa na Nigéria, uma nação e em relação à qual o presidente dos EUA, Donald Trump, se referiu recentemente pelo "assassinato de cristãos" por "islamistas radicais".
No mês passado, Trump também disse que tinha ordenado ao Pentágono que começasse a planear uma possível ação militar na Nigéria, após as alegações de perseguição aos cristãos.
"Os Estados Unidos estão a tomar medidas decisivas como resposta aos assassinatos em massa e à violência contra cristãos por terroristas islâmicos radicais, milícias étnicas Fulani e outros atores violentos na Nigéria e além", disse o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, num comunicado publicado na rede social X.
O chefe da diplomacia norte-americana acrescentou que a política aplicar-se-ia a outros governos ou indivíduos envolvidos em violações da liberdade religiosa, e que as restrições estão em conformidade com uma nova política ao abrigo da Lei de Imigração e Nacionalidade.
A medida surge após a designação, no mês passado, da Nigéria pelos EUA como um "país de particular preocupação" ao abrigo da Lei Internacional da Liberdade Religiosa.
Não ficou imediatamente claro como a decisão de hoje seria colocada em prática, uma vez que o Departamento de Estado já tem a capacidade de restringir viagens para os EUA para os envolvidos em abusos dos direitos humanos.
Além da Nigéria, a lista de países designados como "países de particular preocupação" inclui China, Cuba, Eritreia, Irão, Myanmar (antiga Birmâmia), Coreia do Norte, Nicarágua, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita, Tajiquistão e Turcomenistão.
Os ataques na Nigéria têm motivações variadas, há aqueles motivados por questões religiosas, que visam tanto cristãos como muçulmanos, bem como confrontos entre agricultores e pastores, devido à escassez de recursos, rivalidades comunitárias, grupos separatistas e conflitos étnicos.
A população da Nigéria, de cerca de 220 milhões de pessoas, está dividida quase igualmente entre cristãos e muçulmanos.
Por isso, o país enfrenta há muito tempo a insegurança de vários lados, incluindo a do grupo extremista Boko Haram, que procura estabelecer a sua interpretação radical da lei islâmica e também tem como alvo muçulmanos que considera não serem suficientemente muçulmanos.
Além disso, na Nigéria tem havido também um aumento nas atividades de gangues armados na parte central do país, que sequestram habitantes locais para pedir resgates.
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