EUA insistem em desarmamento do Hamas para acordo de paz em Gaza
- 19/12/2025
Em conferência de imprensa em Washington, Rubio defendeu que, "se o Hamas alguma vez se encontrar em posição de ameaçar ou atacar Israel, não haverá paz" na Faixa de Gaza, onde vigora desde 10 de outubro um frágil cessar-fogo entre Israel e o grupo radical palestiniano.
"Ninguém se convencerá a investir dinheiro em Gaza se pensar que outra guerra vai eclodir dentro de dois ou três anos. É por isso que o desarmamento [do Hamas] é tão importante", sustentou o chefe da diplomacia de Washington.
Na segunda-feira, o Hamas reclamou o "direito legítimo" de estar armado e destacou que qualquer proposta sobre as próximas fases do cessar-fogo deverá respeitá-lo.
"A resistência e as suas armas são um direito legítimo garantido pelo direito internacional e estão ligadas à criação de um Estado palestiniano", declarou o líder do movimento islamita para o enclave palestiniano, Khalil al-Hayya.
Na conferência de imprensa, agendada para assinalar o fim de ano no Departamento de Estado, Marco Rubio não descartou porém um desarmamento parcial do Hamas, desde que não represente uma ameaça para Israel.
"Gostaria que nos concentrássemos no tipo de armamento e nas capacidades de que o Hamas necessitaria para ameaçar ou atacar Israel como base para o desarmamento", apontou Rubio, ao insistir que "a paz é inviável se o grupo islamita lançar 'rockets', matar israelitas ou cometer --- Deus nos livre --- outro 07 de outubro", referindo-se ao ataque em 2023 no sul de Israel que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
O governante norte-americano considerou que se trata de uma questão crucial, a ser abordada pelas equipas negociais, e pediu tempo para se alcançar um entendimento aceitável para todas as partes.
A trégua constitui a primeira fase de um plano de paz proposto pelos Estados Unidos, com apoio dos outros mediadores internacionais, que prevê o desarmamento do Hamas e a criação de uma força de estabilização internacional, já aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU.
"Estou muito confiante de que os países aceitáveis para todas as partes estão prontos para se comprometer e fazer parte desta força de estabilização", expressou Rubio, na mesma conferência de imprensa.
No âmbito do cessar-fogo, Israel e Hamas comprometeram-se com trocas de prisioneiros e reféns, retirada parcial das forças israelitas da Faixa de Gaza e acesso de ajuda humanitária ao enclave.
Israel recusa-se porém a avançar para as próximas fases do acordo proposto por Washington enquanto não recuperar o último corpo da lista de 20 reféns vivos e 28 mortos a devolver pelo Hamas ao abrigo do entendimento.
Além do desarmamento do Hamas e do destacamento da força de estabilização, cuja composição depende de um sensível entendimento entre as partes, as etapas seguintes do acordo incluem a continuação da retirada israelita e o afastamento dos islamitas da gestão do território, bem como a criação de um Conselho da Paz, a ser dirigido como administração transitória pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, e também já aprovado pelo Conselho de Segurança.
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