Embaló detido e militares controlam Bissau. Governo português faz apelo
- 26/11/2025
Três dias após as eleições na Guiné-Bissau, os militares anunciaram que assumiram o "controlo total do país" e suspenderam "o processo eleitoral". O presidente Umaro Sissoco Embaló diz ter sido detido no palácio presidencial. O Governo português já apelou a "todos os envolvidos" que "se abstenham de qualquer acto de violência".
Umaro Sissoco Embaló terá sido detido esta quarta-feira no seu gabinete no palácio presidencial, em Bissau, por volta do meio-dia, na sequência de um alegado golpe de Estado.
Segundo revelou o chefe de Estado à Jeune Afrique, homens fardados invadiram o palácio. O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, General Biague Na Ntan, o Vice-Chefe do Estado-Maior, General Mamadou Touré, e o Ministro do Interior, Botché Candé, foram presos ao mesmo tempo.
Embaló acrescentou que não houve recurso à violência durante esse "golpe".
Há militares posicionados na principal via de acesso ao palácio presidencial, como mostram também imagens recolhidas no local, que pode ver na galeria acima.
Recorde-se que foram ouvidos tiros no centro da cidade de Bissau desde as 12h40, segundo relatos feitos à Lusa via telefone por testemunhas no terreno.
A Guiné-Bissau aguarda os resultados oficiais das eleições gerais, presidenciais e legislativas, de domingo.
O candidato da oposição à presidência da República, Fernando Dias, reclamou na segunda-feira vitória e disse que tinha derrotado o Presidente Umaro Sissoco Embaló na primeira volta.
No entanto, também o presidente em exercício reivindicou a vitória com 65% dos votos, segundo sua própria contagem. Os resultados oficiais eram esperados na quinta-feira.
Governo português pede que não haja violência e se retome normalidade
Numa nota emitida esta tarde, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português garantiu estar em "contacto permanente" com a embaixada portuguesa em Bissau para perceber em que situação se encontram os cidadãos portugueses e a população em geral.
O ministério tutelado por Paulo Rangel escreve também que "face dos acontecimentos que interromperam o curso da normalidade constitucional na Guiné Bissau", o Governo português apela "a que todos os envolvidos se abstenham de qualquer acto de violência institucional ou cívica e que se retome a regularidade do funcionamento das instituições, de modo que se possa finalizar o processo de apuramento e proclamação dos resultados eleitorais".
[Notícia atualizada às 16h12]
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