Embaixada russa rejeita acusações de ciberataque e interferência eleitoral
- 12/12/2025
"O embaixador da Rússia rejeitou categoricamente as acusações de envolvimento de estruturas estatais russas nesses incidentes e, de maneira geral, nas atividades de grupos de 'hackers'", afirmou a representação diplomática russa num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse (AFP).
Na nota informativa, a embaixada acusou ainda a diplomacia alemã de tentar "destruir as relações russo-alemãs".
Estas ações, agora negadas pela diplomacia russa, levaram à convocação por parte do Governo alemão do embaixador Serguei Nechayev hoje de manhã.
Os serviços secretos alemães atribuíram à Rússia a responsabilidade por um ciberataque contra o controlo do tráfego aéreo alemão em 2024, bem como alegaram que Moscovo conduziu uma campanha de desinformação nas datas anteriores às eleições gerais de fevereiro passado.
"A Rússia ameaça a nossa segurança, não só com a sua guerra de agressão contra a Ucrânia, mas também aqui, na Alemanha, por isso, esta manhã, convocámos o embaixador russo ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e deixámos claro que estamos a acompanhar de perto as ações da Rússia e que tomaremos medidas a esse respeito. As ações inadmissíveis da Rússia têm consequências", informou Martin Giese, porta-voz da diplomacia alemã, numa conferência de imprensa.
Giese expressou a condenação do Governo alemão aos "ataques repetidos e inaceitáveis perpetrados por agentes russos controlados pelo Estado" e garantiu que a Alemanha continuará a reforçar o seu apoio à Ucrânia e as suas medidas de dissuasão e defesa.
Acrescentou ainda que, em estreita coordenação com os parceiros europeus, estão a ser adotadas uma série de contramedidas "para que a Rússia pague um preço pelas suas ações híbridas".
Além disso, a nível europeu, são apoiadas novas sanções individuais contra os chamados atores híbridos, com consequências como a proibição de entrada a determinadas pessoas no espaço comunitário e o congelamento de ativos.
Mais concretamente, o porta-voz precisou que, com base na análise exaustiva dos serviços secretos alemães, o Governo conseguiu "reconhecer claramente a assinatura e demonstrar a responsabilidade de Moscovo", tanto no ciberataque contra o controlo do tráfego aéreo alemão como na campanha de desinformação nas datas anteriores às eleições para o Bundestag (câmara baixa do parlamento).
"As informações dos nossos serviços de informações demonstram que o serviço de informações militares russo GRU é responsável por este ataque", disse Giese, referindo-se ao ciberataque contra a segurança aérea alemã ocorrido em agosto de 2024, que, segundo o porta-voz, pode ser claramente atribuído ao coletivo de hackers APT28, também conhecido como "Fancy Bear".
Além disso, o Governo alemão pode afirmar "de forma vinculativa" que, através da campanha "Storm-1516", a Rússia tentou "influenciar e desestabilizar tanto as últimas eleições para o Bundestag como, de forma contínua, os assuntos internos da República Federal da Alemanha", acrescentou ainda o porta-voz.
Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, os países europeus acusam a Rússia de travar uma guerra híbrida, que envolve uma mistura de meios não convencionais incluiu campanhas de sabotagem e de desinformação.
Como principal apoiante da Ucrânia na Europa, a Alemanha considera-se um alvo principal destes ataques.
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