"Desfecho desta crise" climática será determinado pelo "oceano"
- 20/11/2025
"O oceano determinará, em última análise, o desfecho desta crise. Portanto, se teremos um futuro controlável, um futuro habitável no planeta Terra ou não, será determinado, em última instância, pelo oceano", disse o diretor do Instituto Potsdam para Investigação de Impacto Climático num evento organizado pela Fundação Oceano Azul, à margem da conferência do clima da ONU em Belém, no Brasil.
O investigador explicou que o oceano não só absorve 25% do carbono, mas também 90% do calor, pelo que é "um enorme sistema de arrefecimento do planeta Terra".
Por isso, defendeu, é preciso protegê-lo de forma sustentável, através da pesca sustentável, da gestão sustentável da terra para evitar a eutrofização, das áreas marinhas protegidas.
"[É preciso] fazer tudo o que pudermos para cuidar do oceano para que possa continuar a prestar este enorme serviço à humanidade", alertou.
O aviso do cientista foi feito na quarta-feira num jantar do Grupo de Amigos do Oceano e do Clima, organizado pelos Governos de Portugal, Brasil, Bélgica e Tuvalu, com o apoio da Fundação Oceano Azul e da Ocean Conservancy.
No encontro, os ministros de Portugal, Maria da Graça Carvalho, da Bélgica, Willem Van De Voorde, e do Tuvalu, Maina Talia, foram unânimes em defender que o oceano deveria ter um ponto específico na agenda oficial das cimeiras das Nações Unidas para as alterações climáticas.
"Reafirmamos a ambição de pôr o oceano no coração das conversas sobre o clima", disse a ministra portuguesa no seu discurso.
Embora o oceano seja um tema referido nas cimeiras do clima, nunca teve uma presença oficial e institucional na agenda, algo que a Fundação Oceano Azul e os países do Grupo de Amigos do Oceano e do Clima querem corrigir.
A COP30, a decorrer desde dia 10 na cidade de Belém, na Amazónia brasileira, deverá terminar na sexta-feira.
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