Deco abre o livro: "Hoje, ficava no máximo dois anos no FC Porto"
- 01/12/2025
Deco concedeu uma extensa entrevista à edição desta segunda-feira do jornal britânico The Times, na qual abordou diversos temas, entre eles, "o fantástico sonho" que viveu ao serviço do FC Porto, quando, em 2004, conquistou a Liga dos Campeões, sob a orientação do agora treinador do Benfica, José Mourinho.
"Hoje em dia, seria mais difícil, porque o mercado é muito agressivo. Eu espero que volte a acontecer. Adoro a cidade, mas não é fácil para o FC Porto segurar os jogadores. Eu fiquei lá durante cinco anos, mas um jogador como eu ou Ricardo Carvalho, hoje em dia, ficariam, no máximo dois anos", começou por afirmar o antigo internacional português.
O então criativo, recorde-se, chegou às Antas em 1999, proveniente do Salgueiros, a troco de uma verba na ordem dos oito milhões de euros, e partiu para o Barcelona, por 21 milhões de euros. Um salto que, agora, o próprio justifica com a intenção de cumprir "um sonho" que tinha desde a infância.
"Quando eu decidi que o meu tempo no Barcelona tinha chegado ao fim, tinha duas opções. Tinha o Internazionale, com José Mourinho. É claro que a influência de [Luiz] Felipe Scolari foi importante para mim, mas não teve apenas a ver com isso", sublinhou, a propósito do 'salto' para o Chelsea, em 2008, por dez milhões de euros.
"Eu queria jogar na Premier League, ter esse tipo de experiência. A decisão deveu-se ao projeto do Chelsea. Eu conhecia a equipa, os jogadores. O Chelsea foi melhor para mim", acrescentou. No entanto, a verdade é que a experiência em Inglaterra não correu como o luso-brasileiro pretendia, pelo que, apenas dois anos depois, partiu rumo ao Fluminense.
"Naquela altura, a minha ex-mulher decidiu voltar ao Brasil. Era demasiado longe para os meus filhos. Antes, eles estavam em Portugal. O meu mais velho tem, agora, 25 anos de idade, mas, na altura, tinha oito. Agitou-me muito. Essa foi uma das razões pelas quais decidi voltar. Era feliz, aqui, ainda que o meu segundo ano não tenha sido tão bom", confessou.
"Eu não gosto de desculpas, porque toda a gente tem os seus próprios problemas, mas, se eu pudesse, teria gostado de passar mais anos no Chelsea", completou.
"A minha ideia não era ser diretor desportivo do Barcelona"
Após 'pendurar as chuteiras', em 2013, Deco enveredou pela carreira de empresário de jogadores, onde foi fomentando uma relação estreita com o Barcelona, até que, dez anos depois, se tornou no homem escolhido pelo presidente, Joan Laporta, para ocupar o cargo de diretor desportivo. Algo que, assume, nunca lhe tinha passado pela cabeça.
"Sou um adepto do clube. Desde que me retirei, mantive amigos, aqui. Tenho casa, aqui. O clube precisava de uma mudança, de uma reconstrução, e eu queria ajudar, de fora. A minha ideia não era ser diretor desportivo. Depois de ser eleito, o presidente disse-me sempre 'Tens de tornar-te no diretor desportivo", concluiu o ex-internacional português.
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