De Dunas a Obélix. As (mais) recentes ações policiais com nomes criativos
- 24/11/2025
Obélix, Mochila Mágica e Dunas são três das operações mais recentes às quais as autoridades portuguesas deram nomes, no mínimo, originais.
Mas a criatividade das forças de segurança portuguesas na hora de escolher o nome de código das suas operações não é de agora. Tem anos, quiçá décadas.
Das mais faladas, como a Operação Marquês, que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates (cujo apartamento era nesta zona de Lisboa), à Operação Fénix, que remonta a 2014, altura em que a PSP desmantelou um gangue da noite que tinha sido desativado e reapareceu tal como a ave da mitologia grega que renasceu nas cinzas, às que entretanto já deixaram de aparecer nas páginas dos jornais, como Guns’n’Roses, Carta Fora do Baralho, Banana Mix e Remédio Santo, são muitos os casos que, ao longo dos anos, chamaram a atenção dos portugueses.
Contudo, ao contrário do que se poderia pensar, não há nenhum criativo nas forças policiais portuguesas especialmente destacado para esta tarefa. É aos elementos envolvidos nas investigações que cabe a (grande) responsabilidade de atribuir a cada um dos casos um nome, como revelou a Guarda Nacional Republicana (GNR) ao Notícias ao Minuto, em 2023.
O mesmo acontece nas investigações que envolvem a Polícia de Segurança Pública (PSP), a Polícia Judiciária (PJ) e a ASAE.
Por norma, a atribuição dos nomes "está associada à temática da operação", mas em código, o que permite que se fale dessa operação sem ser necessário revelar pormenores que a pudessem colocar em perigo, uma vez que as escolhas não são óbvias.
Recorde algumas das mais recentes operações com nomes criativos:
Obélix - A operação Obélix, da PJ, decorreu na semana passada e culminou na detenção de uma médica endocrinologista e à constituição de outros arguidos, suspeitos burlar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em cerca de três milhões de euros, com a prescrição indevida e massiva de medicamentos como o Ozempic a falsos diabéticos, que queriam emagrecer.
Mochila Mágica - Esta operação, noticiada na passada sexta-feira pelo Notícias ao Minuto, foi montada para desmantelar uma rede criminosa dedicada à prática reiterada de furtos em supermercados e posterior venda dos artigos furtados. Para já, a GNR deteve suspeitos.
Dunas - Esta investigação da PJ e do MP incide sobre suspeitas de "corrupção, falsificação, branqueamento de capitais e participação económica em negócio", na concessão de um contrato de 40 anos para a exploração de uma área marítima na zona do Porto de Abrigo da Nazaré, e foram realizadas buscas em várias entidades, incluindo a Câmara da Nazaré, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Docapesca, a Direção de Faróis e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.
Carta Branca - A operação Carta Branca, da PJ, resultou na detenção de quatro pessoas (três homens e uma mulher, com idades entre 24 e 46 anos) por suspeitas de fraude com cartões bancários, com um prejuízo superior a meio milhão de euros.
Double Click - Esta operação da PJ está relacionada com falsos anúncios de arrendamentos de casas de férias no Gerês e resultou na detenção de um casa, de 52 e 43 anos. O mesmo é suspeito de ter arrecadado (indevidamente) milhares de euros.
Gambérria - Recentemente, duas trabalhadoras do Ministério da Saúde foram detidas por serem suspeitas de terem inscrito de forma fraudulenta milhares de imigrantes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em troca de dinheiro. As mulheres estão acusadas de crimes de corrupção e auxílio à imigração ilegal e falsidade informática.
Pikachu - No início do ano, esta operação chamou a atenção. Um trio de jovens foi detido em Lisboa com vários tipos de droga, assim como milhares de euros em dinheiro vivo. O nome da operação foi inspirado nos desenhos impressos nos pacotes de estupefaciente apreendidos.
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