Daniel Chapo quer deputados da Frelimo a evitarem ostentação e corrupção
- 06/12/2025
"O deputado deve ser uma pessoa humilde ao nível da comunidade e da sociedade, abstendo-se de praticar atos de corrupção ou servindo-se da sua posição de deputado para tirar proveitos pessoais", disse o presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder desde 1975) e chefe do Estado, Daniel Chapo, durante uma reunião com os parlamentares do seu partido, em Maputo.
Chapo disse que o deputado é o digno representante do povo no parlamento, referindo que é fundamental, por isso, que assuma uma postura de integridade e lisura, para servir de bom exemplo de cidadania.
"Como sabem, existe uma perceção de que os deputados beneficiam de muitas regalias. O deputado deve evitar a ostentação, mas deve levar uma vida modesta e manter uma relação cordial com as pessoas em todas as circunstâncias", apelou o líder do partido.
Daniel Chapo quer que os parlamentares sejam exemplos de disciplina que cumprem as normas partidárias, referindo que os seus pronunciamentos públicos devem procurar exprimir os princípios e valores do partido.
"Os deputados da Frelimo devem ter grande capacidade de argumentação na base das realizações do Governo e evidências, emitindo posições claras e sem ambiguidade para não alimentarem especulações ou boatos", disse Chapo.
O presidente do partido quer um bom relacionamento institucional entre a Assembleia da República e o Governo através dos deputados da Frelimo, pedindo coordenação entre os parlamentares e o executivo para fazer cumprir o programa de governação do partido.
"O país enfrenta grandes desafios que se prendem, sobretudo, com a escassez de recursos financeiros. Mesmo assim, a bancada e o Governo devem assegurar que as ações inseridas no Programa Quinquenal do Governo sejam implementadas para o bem dos moçambicanos a quem jurámos servir. Queremos que haja uma maior articulação através da troca regular de informações entre a primeira-ministra a Chefia da Bancada e a Presidência da Assembleia", disse Chapo.
Chapo quer ver o deputado da Frelimo a atualizar os seus conhecimentos em diversas áreas de interesse nacional, apostando na formação académica.
"É fundamental que o nosso deputado tenha o conhecimento aprofundado em torno dos fenómenos políticos e sociais. No debate parlamentar, o nosso deputado deve ser capaz de apresentar argumentos suficientes e lógicos para convencer os demais deputados e a sociedade em geral. Estamos a dizer que a nossa força como Bancada não deve residir apenas na chamada ditadura do voto. Devemos vencer o debate pela força da lógica e não pela lógica da força", defendeu Daniel Chapo.
Nas eleições de 09 de outubro, a Frelimo manteve a maioria parlamentar com 171 deputados, seguido do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que nunca tinha tido antes representação no parlamento e que apoiou o candidato presidencial Venâncio Mondlane, e que se tornou o maior partido da oposição em Moçambique, com 43 mandatos, tirando um estatuto que era da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) desde as primeiras eleições multipartidárias, em 1994, que passou de 60 para 28 deputados.
Nesta legislatura, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) conta com oito parlamentares, totalizando 250 mandatos, empossados em 13 de janeiro deste ano para o atual mandato.
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