Crime organizado brasileiro lava dinheiro nos Estados Unidos
- 03/12/2025
Em entrevista à Globo News, um dia depois da conversa telefónica entre os chefes de Estado do Brasil e dos Estados Unidos da América (EUA), o ministro das Finanças, Fernando Haddad, frisou que o governo descobriu "conexões do crime organizado com o território norte-americano, com pessoas que atuam no território norte-americano".
De acordo com o ministro brasileiro, cerca de 15 fundos no estado norte-americano de Delaware servem para "lavar dinheiro do crime organizado do Brasil e remeter esse dinheiro para o Brasil 'limpo' como investimento direto estrangeiro para aquisição de empresas brasileiras, de ativos brasileiros, propriedades brasileiras".
Fernando Haddad disse ainda que o combate a estas operações só poderá acontecer com a cooperação do governo dos EUA.
"Já recebi notícia da embaixada dos Estados Unidos, querendo acesso aos documentos que estão sendo traduzidos para que essa ação seja efetivada", disse Haddad.
Na terça-feira, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que é "urgente" o reforço da cooperação entre os dois países contra o crime organizado.
Durante uma conversa telefónica entre os dois líderes, que de acordo com a presidência brasileira durou 40 minutos, Lula da Silva "ressaltou a urgência em reforçar a cooperação com os Estados Unidos da América para combater o crime organizado internacional".
O chefe de Estado brasileiro destacou as recentes operações realizadas "com vista a asfixiar financeiramente o crime organizado e identificou ramificações que operam a partir do exterior".
A operação a que Lula da Silva se refere diz respeito a uma operação realizada em agosto pela Polícia Federal contra o Primeiro Comando Capital (PCC), a mais poderosa fação criminosa do Brasil, que tem 'sede' em São Paulo.
Por outro lado, o Presidente dos Estados Unidos, de acordo com a presidência brasileira, "ressaltou total disposição em trabalhar junto com o Brasil e que dará todo o apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar essas organizações criminosas"
Os dois chefes de Estados "concordaram em voltar a conversar em breve", destacou o governo brasileiro.
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