Crianças colombianas recebem "tesouro" de galeão espanhol "derretido"
- 28/12/2025
O "San José", que pertencia à Armada espanhola, foi afundado por uma frota de corsários ingleses em 8 de junho de 1708 quando se dirigia para a cidade colombiana de Cartagena das Índias.
Segundo as crónicas da época, o galeão transportava cerca de 11 milhões de moedas de oito escudos em ouro e prata oriundas da feira de Portobelo, no Panamá.
Em 2015, a Colômbia anunciou a descoberta do navio nas profundezas do mar das Caraíbas.
O 'chef' pasteleiro Juan Arellano elaborou uma escultura de chocolate que representa uma cena imaginária em que o navio é resgatado das profundezas do mar por um polvo gigante e o segura com os seus tentáculos.
Juan Arellano disse que a partir de 6 de janeiro a escultura será derretida e convertida em pedaços que simulam lingotes de ouro a distribuir pelas crianças de Barú, para que "todos tenham direito, e acesso, a um património nacional".
Na escultura, feita em três dias, foi incluída a figura do polvo por ser um animal nativo da zona próxima de Cartagena.
"Quisemos dar um pouco mais de emoção e criatividade à história do galeão", justificou o pasteleiro, em declarações à agência noticiosa espanhola Efe.
A escultura, que tem quase um metro de altura, foi feita com 20 quilos de chocolate colombiano de três variedades.
"O chocolate colombiano é muito aromático, tem muito sabor e é muito fácil de utilizar para fazer bombons, esculturas e doces", sublinhou Juan Arellano, destacando que um dos principais desafios foi a temperatura ambiente do restaurante do hotel onde a figura foi esculpida, já que teve de ser ajustada para entre os 16ºC e os 19ºC para manter o chocolate conservado.
O hotel, situado em Barú, dedica a festa da passagem do ano 2025 à história do naufrágio do galeão "San José", que faz parte da memória da ilha.
Após a descoberta do navio histórico surgiram disputas entre a Colômbia e a Espanha, que defende que, por se tratar de uma embarcação com bandeira de Estado, está protegida pelas normas da Unesco para reclamar a sua propriedade.
O governo da Colômbia considera que o galeão é património cultural e arqueológico do país e espera que Espanha e outras nações se associem à iniciativa de recuperar, estudar e conservar o navio.
Leia Também: Presidente colombiano altera liderança militar "perante desafios de 2026"













