Crédito à economia moçambicana próximo de novo máximo em setembro
- 01/12/2025
De acordo com o histórico do relatório estatístico do Banco de Moçambique, esse 'stock', em setembro, contrasta com os 289.477 milhões de meticais (3.912 milhões de euros) no mesmo mês de 2024, aproximando-se do pico de 292.807 milhões de meticais (3.957 milhões de euros) registado em maio deste ano.
Os dados do banco central indicam que o crédito a particulares continuava a liderar em setembro, com novo crescimento, face a agosto, para 101.100 milhões de meticais (1.366 milhões de euros).
Seguia-se o setor dos transportes e comunicações, cujo total de crédito concedido pela banca caiu em setembro para 24.933 milhões de meticais (377 milhões de euros), a indústria transformadora, com 21.710 milhões de meticais (293,5 milhões de euros). Já o comércio disparou em setembro para 24.896 milhões de meticais (336,5 milhões de euros).
A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique vai recuar 0,20 pontos percentuais em dezembro, para 15,80%, divulgou a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).
Desde janeiro de 2024 que a taxa, conhecida como 'prime rate', tem vindo progressivamente a descer, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%.
As oscilações da 'prime rate' estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de calculo da 'prime rate') pelo banco central, para controlar a inflação.
Em agosto tinha descido para 17,20% e em setembro para 16,5%, mantendo-se inalterada durante o mês de outubro por decisão da AMB, apesar de, dias antes, em 29 de setembro, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique ter cortado, pela décima vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária MIMO, em 0,50 pontos percentuais, para 9,75%.
Em novembro, a AMB cortou a taxa de juro para 16% e em dezembro para 15,80%.
Antes, o Banco de Moçambique cortou em 14 de novembro, pela 11.ª vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária MIMO, em 0,25 pontos percentuais, para 9,5%, apesar da preocupação com atrasos no pagamento de dívida pública.
"Esta modesta redução reflete o agravamento dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, com destaque para o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado. As perspetivas da inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em outubro de 2025, a inflação anual fixou-se em 4,8% após 4,9% em setembro", anunciou então o governador do banco central, Rogério Zandamela, após a última reunião do CPMO de 2025.
A taxa de juro diretora em Moçambique esteve fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%. Em março do ano passado o Banco de Moçambique cortou para 15,75%, que se foram repetindo em todas as reuniões seguintes, até chegar a 9,75% em setembro e 9,5% em novembro.
Na sua intervenção após a reunião deste mês do CPMO, Zandamela alertou que o "endividamento público interno continua a agravar-se", com "impacto no funcionamento normal do mercado financeiro".
O CPMO reúne-se a cada dois meses e a próxima reunião está agendada para 28 de janeiro de 2026.
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