"Corrupção no SNS"? Saúde divide Jorge Pinto e Cotrim Figueiredo
- 24/11/2025
No frente-a-frente entre os dois candidatos às eleições de 18 de janeiro, hoje transmitido pela RTP, Jorge Pinto (apoiado pelo Livre) e João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal) discordaram em todas as matérias abordadas -- saúde, transição climática e legislação laboral -- o que causou várias interrupções de parte a parte.
No que concerne à saúde, tema em que as diferenças entre as duas candidaturas ficaram mais acentuadas, Cotrim Figueiredo reafirmou haver corrupção no Sistema Nacional de Saúde (SNS), não só na vertente legal, mas também moral e técnica.
Para sustentar esta afirmação, o eurodeputado recordou três casos que, esta semana, foram notícia, nomeadamente o de uma médica que receitou um medicamente para diabetes a pessoas que não padeciam da doença e queriam perder peso, o de um dermatologista que recebeu milhares de euros em cirurgias adicionais e funcionárias do Ministério da Saúde que inscreveram no SNS milhares de imigrantes em situação ilegal.
"Estes são três exemplos num espaço de uma semana. Quantos mais casos destes haverá?", questionou.
Jorge Pinto entendeu contrapôs que os episódios apontados por Cotrim Figueiredo são "esporádicos".
"O SNS é a mais bela das conquistas da democracia", afirmou o também deputado do Livre.
Para Jorge Pinto, o SNS está a ser ameaçado e não é dizendo que é corrupto que se resolvem os seus problemas.
Quanto à lei laboral, Jorge Pinto assinalou a "diferença profunda" entre os dois candidatos, ressalvando que a nova legislação preconizada pelo Governo "em nada" responde aos problemas da precariedade, seja salarial, entre homens e mulheres ou baixa taxa de natalidade.
Para o candidato apoiado pelo Livre, a direita quer transformar Portugal no Bangladesh dos contratos informais, das longas jornadas de trabalho, das dificuldades no direito a greve e na facilidade de despedimento.
Cotrim Figueiredo assumiu que o pacote laboral em discussão não é perfeito, mas é uma alteração necessária.
"A legislação laboral em discussão é um passo em frente", frisou.
Quando o tema foi o ambiente, Jorge Pinto assumiu que esse é um dos principais desafios da era, falando numa emergência climática e acusou Cotrim de Figueiredo de falta de ambição nessa matéria.
Na resposta, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal salientou que quando houver uma tensão entre bem-estar humano e metas ambientais mais estritas é o bem-estar humano que deve prevalecer.
Já sobre a polémica de ter sido pressionado por apoiantes de Marques Mendes para desistir da candidatura, Cotrim Figueiredo salientou não querer escalar o assunto e que o que pretendia com esta sua revelação é que as pressões parassem e pararam.
Por seu lado, e quanto a uma eventual desistência a favor de um candidato de esquerda, Jorge Pinto sublinhou que a desistência é um "assunto de ontem" e que essa hipótese ainda não esteve em cima da mesa.
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