Comentários que "celebram" morte de Charlie Kirk levam a despedimentos
- 14/09/2025
Várias pessoas nos Estados Unidos foram despedidas ou colocadas em licenças por publicarem comentários considerados insensíveis ou ofensivos nas redes sociais sobre a morte de Charlie Kirk.
O ativista ultraconservador, fundador da organização Turning Point USA, morreu na passada quarta-feira, após ter sido baleado enquanto falava num evento numa universidade do Utah.
A morte provocou reações polarizadas em todo o país, sobretudo entre republicanos e democratas, devido às opiniões controversas de Kirk.
Agora, ativistas, funcionários republicanos e um site de 'doxxing' - que divulga publicamente informações pessoais e privadas de alguém sem o seu consentimento - estão a denunciar quem celebrou a morte.
O congressista republicano Clay Higgins e a ativista de extrema-direita Laura Loomer estão a identificar publicamente pessoas que fizeram comentários considerados ofensivos, segundo o The Washington Post.
Há, inclusive, um site chamado 'Expose Charlie's Murderes', que tem como objetivo identificar e expor pessoas que, segundo os criadores, "celebram" ou "apoiam violência política online" em relação à morte de Charlie Kirk, revelou a CNN Internacional.
O site divulga os nomes, empregos e moradas das pessoas, mas os responsáveis dizem que não se trata de uma plataforma de 'doxxing', mas sim um agregador de dados públicos, criado para fins de educação pública.
Entre os casos mais mediáticos está o de Laura Sosh-Lightsy, uma assistente da direção da Middle Tennessee State University (MTSU), que foi despedida após comentar a morte de Charlie Kirk. "O ódio gera ódio. ZERO simpatia", escreveu na rede social Facebook.
A MTSU explicou, em comunicado, que "um funcionário fez comentários inapropriados e insensíveis nas redes sociais sobre o horrível e trágico assassinato de Charlie Kirk".
"Os comentários deste funcionário, que trabalhava num cargo de confiança diretamente com os alunos, foram inconsistentes com os nossos valores e minaram a credibilidade e a reputação da universidade perante os nossos alunos, professores, funcionários e a comunidade em geral. Este funcionário foi despedido com efeito imediato. Expressamos as nossas mais profundas condolências à família Kirk", acrescentou.
Além do caso de Laura Sosh-Lightsy, há também vários trabalhadores de empresas, incluindo da NFL, que enfrentaram consequências semelhantes.
Estes casos têm sido alvo de críticas, sobretudo entre especialistas em direito do trabalho que lembram que, apesar de a Primeira Emenda da Constituição dos EUA garantir liberdade de expressão, esse direito não é absoluto no contexto laboral.
"Quando um comentário prejudica a imagem ou o funcionamento da organização, o empregador pode agir", explicou Sarah Matthews ao The Washington Post.
Charlie Kirk era um aliado próximo de Donald Trump
Charlie Kirk, de 31 anos, foi morto a tiro na quarta-feira, perante centenas de pessoas, quando participava num debate na Universidade Utah Valley, em Orem, cidade do estado do Utah (oeste).
Amplamente conhecido por ter fundado a organização conservadora Turning Point USA, Charlie Kirk era um aliado próximo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou a atribuição, a título póstumo, da Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil do país.
Charlie Kirk era também considerado uma das figuras-chave da vitória de Trump nas eleições presidenciais de 2024.
O ativista conservador defendia a ideia de que valia a pena sacrificar a vida de algumas pessoas para que os norte-americanos pudessem manter o direito a possuir armas de fogo.
Quem é Tyler Robinson, o jovem de 22 anos suspeito de matar Charlie Kirk?
O suspeito da morte de Charlie Kirk é Tyler Robinson, um jovem branco de 22 anos, que terá disparado uma espingarda a partir do telhado de um edifício perto do local onde acontecia o debate.
Robinson cresceu perto de St. George, no Utah, e ainda jovem tornou-se membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, amplamente conhecida como Igreja Mórmon.
Robinson tem dois irmãos mais novos e os pais estão casados há cerca de 25 anos, referiu a agência de notícias Associated Presse (AP), com base em informação nas redes sociais.
Aluno de excelência no liceu, teve 99% nas provas nacionais, o que lhe valeu um bolsa de estudos e a admissão na Universidade Estadual do Utah em 2021.
No entanto, Robinson frequentou apenas um semestre, estando atualmente matriculado como aluno do terceiro ano no programa de aprendizagem em eletricidade do Dixie Technical College, em St. George.
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