Cirurgião salva bebé ao remover tumor do tamanho de uma cara (e de graça)
- 16/11/2025
Um cirurgião britânico removeu um tumor maligno do pescoço de uma bebé, que ameaçava a vida da criança - e tudo de graça. A massa começou a crescer quando Memunatu tinha apenas cinco meses.
Preocupada, a sua mãe, Aminata, levou-a ao hospital local na Serra Leoa. Inicialmente, disseram-lhe que o alto no pescoço da sua filha era apenas um sintoma de uma constipação. Com o tempo, a massa não diminuiu. Aliás, continuou a crescer.
Mesmo assim, nada havia a fazer, disseram a Aminata. Memunatu era demasiado nova para ser submetida a uma cirurgia, especialmente uma tão invasiva.
A menina chegou aos 10 meses, mas a massa continuava a crescer, criando um alto tão grande no pescoço de Memunatu, que chegou a ter o tamanho da própria cara da criança. A família da bebé temia já o pior, quando Aminata se cruzou com uma voluntária do Global Mercy Ships (uma associação de saúde, que opera hospitais a bordo de navios e fornece serviços de saúde aos mais carenciados), que, ao ver a criança, referenciou-a de imediato à associação para que fosse operada.
Nessa altura, o navio-hospital estava atracado em Freetown, a capital de Serra Leoa, e Aminata não hesitou em levar a filha, recordou a própria página da organização. Assim que os profissionais de saúde viram o tumor, que ameaçava sufocar a criança, a decisão foi imediata: Memunatu tinha de ser operada.
"Eu estava tão preocupada com a minha filha", confessou Aminata. "Ela é tão pequena para uma doença destas", acrescentou.
No início deste ano, o doutor Leo Cheng, especializado em cirurgias na cabeça e pescoço, operou a criança, removendo com sucesso a massa maligna e, assim, salvando a vida de Memunatu.
"A cada milímetro eu estava a estimar, a calcular, e a tentar impedir qualquer hemorragia", contou o cirurgião, que por norma opera no Royal London Hospital, no Reino Unido. "Foi muito moroso, mas muito positivo, graças a Deus." Ao todo, a operação durou quase quatro horas.
O médico confirmou que, sem a cirurgia, a condição da criança só iria piorar, acabando por afetar a sua capacidade de engolir, comer, falar e até mesmo chorar: o tumor estava a comprimir as vias respiratórias de Memunatu.
A bebé, acompanhada pela mãe, permaneceu a bordo do navio ainda durante algum tempo, para os médicos se certificarem de que tudo tinha corrido bem e que Memunatu estava a recuperar.
Semanas depois, e já de volta a casa, a ferida no pescoço da criança, resultante da operação, já está sarada.
"Quando ela teve alta foi uma alegria tão grande para mim, ver a cara da Memunatu", afirmou, mais tarde, a voluntária que referenciou a criança. "O tumor tinha crescido tão rápido, era quase do tamanho da cabeça dela, e escondia-lhe a face linda… Os olhos dela eram tão cheios de luz e alegria", recordou Anne-Marie.
A associação Global Mercy Ship foi criada em maio de 2022, mas só começou a realizar cirurgias em 2023, com a ajuda de centenas de voluntários a bordo dos seus navios. Desde aí, já forneceu mais de 3.600 operações a pessoas carenciadas na região da África Subsariana.
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