China e Japão trocam argumentos sobre patrulha aérea sino-russa: "Grave"
- 10/12/2025
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, disse que as forças aéreas chinesa e russa conduziram na véspera a sua décima patrulha conjunta sobre o mar do Leste da China e o Pacífico ocidental, visando destacar a "capacidade de enfrentar desafios de segurança na região" e a "determinação em proteger a paz e a estabilidade".
Em Tóquio, o ministro da Defesa japonês, Shinjiro Koizumi, classificou a operação como uma "expansão e intensificação" da atividade militar em torno do arquipélago japonês, denunciando "uma tentativa clara de demonstrar autoridade face ao Japão".
"É uma grave preocupação para a nossa segurança", escreveu Koizumi na rede social X.
De acordo com o Ministério da Defesa nipónico, a missão envolveu dois bombardeiros russos Tu-95MS com capacidade nuclear, bombardeiros chineses H-6 equipados com mísseis de longo alcance, oito caças J-16 da aviação chinesa e um avião de alerta A-50 russo. Os aparelhos voaram em formação entre as ilhas de Okinawa e Miyakojima, numa zona de espaço aéreo e águas internacionais.
A Força Aérea de Autodefesa do Japão respondeu com o destacamento de caças e a adoção de "medidas rigorosas" para prevenir violações do espaço aéreo nacional.
A patrulha decorreu no mesmo estreito marítimo atravessado no fim de semana passado pelo porta-aviões chinês Liaoning, em manobras que já tinham contribuído para agravar a tensão bilateral.
Tóquio acusou dois caças chineses J-15 de terem apontado no sábado os seus radares de controlo de tiro contra dois F-15 japoneses, um ato considerado hostil e que antecede geralmente a utilização de armamento. Em resposta, o Governo japonês convocou o embaixador chinês, Wu Jinghao, para apresentar um protesto formal.
Pequim rejeitou as acusações, acusando o Japão de difundir "informações falsas" e de interferir nos exercícios militares chineses.
Estes episódios ocorrem num momento de crescente tensão entre os dois países, depois das declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que em novembro sugeriu no parlamento nipónico que um eventual ataque militar da China a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa do Japão.
A China, que reivindica a soberania sobre Taiwan, respondeu com medidas de pressão económica e cultural sobre o Japão, incluindo advertências de viagem, a suspensão das importações de produtos do mar japoneses e o bloqueio de licenças para filmes e concertos oriundos do país vizinho.
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