China condena militarismo japonês na véspera de assinalar massacre
- 12/12/2025
"O militarismo japonês é o inimigo comum dos povos do mundo", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Guo Jiakun, numa conferência de imprensa em Pequim. A declaração surge num momento de escalada diplomática e militar entre os dois países e na véspera de 13 de dezembro, data em que a China assinala a entrada das tropas japonesas em Nanjing, em 1937, e o massacre que se seguiu.
Guo afirmou que a China "não permitirá em absoluto que forças direitistas japonesas revertam a história, que forças externas interfiram na questão de Taiwan, nem que o militarismo japonês ressurja".
O porta-voz sublinhou que Pequim manterá uma "postura firme" na defesa do "sistema internacional do pós-guerra" e do "resultado da vitória aliada" na Segunda Guerra Mundial, reafirmando que a China trabalhará com "todos os países e povos amantes da paz" para preservar esse legado.
"Instamos o Japão a refletir profundamente sobre a história, a aprender lições de forma eficaz, a cortar de vez os laços com o militarismo e a eliminar as suas sequelas com ações concretas", acrescentou Guo.
Todos os anos, a 13 de dezembro, a China assinala o Massacre de Nanjing, durante o qual, segundo dados oficiais chineses, cerca de 300 mil pessoas foram mortas por tropas japonesas após a ocupação da então capital chinesa, num dos episódios mais sombrios da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
O contexto das declarações é marcado por trocas de acusações entre os dois países. Nas últimas semanas, o Japão protestou contra um incidente em que caças chineses terão fixado radar sobre aviões japoneses a sudeste de Okinawa - alegações que a China rejeitou como "desinformação".
A tensão intensificou-se ainda com as patrulhas aéreas conjuntas entre China e Rússia nos arredores do Japão e da Coreia do Sul, seguidas por exercícios militares entre os Estados Unidos e o Japão, com a participação de bombardeiros estratégicos norte-americanos com capacidade nuclear.
As relações bilaterais deterioraram-se ainda mais depois de declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que afirmou no mês passado que um eventual ataque da China contra Taiwan poderia colocar o Japão numa "situação de crise" e justificar a intervenção das Forças de Autodefesa nipónicas.
Pequim classificou essas afirmações como "extremamente graves" e respondeu com um conjunto de medidas de pressão económica e cultural, incluindo alertas de viagem ao Japão, restrições a produtos do mar japoneses e críticas ao planeado reforço de sistemas antimísseis nas ilhas Nansei.
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