Chanceler alemão cético quanto a plano de paz aceitável nos próximos dias
- 23/11/2025
Neste contexto, propôs que se tente chegar a acordo sobre um número inferior de pontos dos 28 apresentados pelos Estados Unidos da América.
"Neste momento, não estou convencido de que nos próximos dias se chegue à solução que o presidente Trump deseja", salientou, em Joanesburgo, na África do Sul, referindo-se aos trabalhos que começaram este domingo na cidade suíça de Genebra entre delegações ucraniana, americana e europeia para delinear um plano de paz que possa ser aceite tanto pela Ucrânia como pela Europa.
"Hoje é domingo e o plano do presidente Trump é chegar a um acordo na quinta-feira. Ainda estamos muito longe disso. O que não significa que seja completamente impossível alcançá-lo, mas estou cético quanto à possibilidade de um resultado assim, dadas as diferenças atuais", argumentou Merz.
O chanceler alemão acrescentou que, "se tudo o que consta nos 28 pontos for demais para resolver em cinco dias", quer tentar que haja "um ponto em que todas as partes - Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e Europa - possam chegar a um acordo".
Depois de o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, ter escrito hoje na rede social X, com ironia, que antes de começar a trabalhar no plano seria bom "saber com certeza quem é o seu autor e onde foi elaborado", uma vez que na Europa se considera que a redação beneficia claramente a Rússia, Merz salientou que é preciso aceitar o documento tal como foi apresentado para trabalhar nele.
Merz voltou a salientar que uma das questões mais importantes para os europeus são garantias de segurança fiáveis, como transmitiu na sexta-feira a Trump, quando lhe lembrou que a Ucrânia tinha o terceiro arsenal nuclear mais importante do mundo, ao qual renunciou em dezembro de 1994 em troca da promessa russa de que respeitaria plenamente a sua integridade territorial.
Entretanto, também na África do Sul, onde decorre a cimeira do G20, o presidente finlandês, Alexander Stubb, disse hoje que ligou para o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, juntamente com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, para discutir o plano dos Estados Unidos para a paz na Ucrânia.
"Tive a oportunidade de falar com o presidente Trump e com a primeira-ministra Meloni. E, claro, discutimos a situação, o plano de 28 pontos e alguns desenvolvimentos no plano de paz aqui em Joanesburgo", disse Stubb à agência de notícia France Presse, à margem da cimeira.
O presidente Trump "atendeu o telefone às 05:00 de um domingo nos Estados Unidos, o que mostra que ele trabalha dia e noite para encontrar um acordo de paz na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", acrescentou o presidente da Finlândia.
"Penso que, em matéria de negociações de paz, nunca se deve ter linhas vermelhas", afirmou, acrescentando: "Devemos sempre tentar encontrar soluções, e penso que a paz pode ser boa, má ou (o resultado de) um compromisso e, muitas vezes, os acordos de paz são compromissos".
Stubb não divulgou o conteúdo específico da sua conversa com o presidente Trump.
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