CGTP lembra "correlação de forças" na AR. Para UGT acordo não é garantido
- 27/11/2025
Os dois secretários-gerais da CGTP e da UGT estiveram hoje presentes no debate "As razões para enfrentar a contra-reforma laboral", promovido pela associação Causa Pública, em Lisboa.
"Este processo e a posição que o Governo assume de que independentemente do desfecho, é objetivo enviar à Assembleia da República a discussão do pacote laboral. Quem afirma isto faz com o profundo conhecimento da correlação de forças que existe na Assembleia da República", afirmou o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira.
Para a central sindical, os governos procuram um acordo com a concertação social para legitimar a proposta levada ao parlamento.
Contudo, considera que "esta é uma greve partidária", uma vez que existe uma maioria de direita disponível para aprovar a proposta da reforma laboral.
O secretário-geral da UGT, Mário Mourão, relembra que o apoio do Chega não é garantido e que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não pode estar confiante de que vai ser "tudo certinho".
A UGT garantiu que está disponível para continuar a negociar, tendo em conta que este é um Governo diferente, embora "a grande maioria serem ministros" que pertenciam ao executivo anterior.
No entanto, esclareceu que manter-se na negociação não significa que vá assinar um acordo.
Mário Mourão assinalou também ser evidente que "o Governo, quando faz uma proposta desta natureza, sabe que tem algum conforto parlamentar".
A CGTP e a UGT decidiram convocar uma greve geral para 11 de dezembro, em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral, apresentado pelo Governo.
Na quarta-feira, a ministra do Trabalho disse, em entrevista à RTP, estar convicta de que a greve geral vai mesmo avançar, mas classificou a paralisação como "inoportuna", sublinhando que deve ser uma solução de último recurso, uma vez que é "um instituto danoso".
Questionado sobre os desafios para esta greve e quais os próximos passos, Tiago Oliveira disse que este é um processo "urgente, necessário e duradouro".
O líder da CGTP precisou que este processo é urgente porque tem de ser combatido "algo que estava a ser afastado da opinião pública", necessário pelo seu conteúdo e duradouro porque são conhecidos os objetivos do Governo.
"Todas as formas de luta estão em cima da mesa e, em momento algum, baixaremos os braços perante o ataque em curso", assegurou.
Por sua vez, Mário Mourão antecipou uma greve com "expressão significativa" dado os contactos que tem recebido também por parte de sindicatos que não são afetos à UGT ou à CGTP.
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