Brasil: Mulher diagnosticada com cancro raro julgava estar na menopausa
- 21/11/2025
Uma mulher de 62 anos viveu vários anos com sintomas que levaram a crer que estava na menopausa. Contudo, a brasileira foi eventualmente diagnosticada com um cancro raro, que se enquadrava na categoria de tumores neuroendócrinos.
"Acordava à noite sem ar, com o coração a bater depressa. Achava que ia morrer", confessou Rosana Martinez, em declarações ao g1.
A mulher natural de São Paulo sentia calor intenso e alergia depois de tomar duche, queixas que evoluíram para dor de estômago, taquicardia, falta de ar e episódios que descreveu como "quase enfarte".
Apesar de ter sido vista por ginecologistas, neurologistas e gastroenterologistas, e de ter sido submetida a vários exames, a explicação frequente era sempre a mesma: "Deve ser a menopausa."
Só após sentir uma dor abdominal de tal forma intensa que a impediu de ficar de pé é que Rosana conseguiu algumas respostas. Numa ressonância magnética, foi-lhe descoberto um tumor de cinco centímetros no fígado, cuja biópsia revelou tratar-se de um tumor neuroendócrino. Colocou-se, então, outra questão: provavelmente era uma metástase, uma vez que esse tipo de cancro raramente tem origem no fígado.
"O médico disse-me: ‘Se o tumor primário for no fígado, vamos escrever um artigo, porque seria extremamente raro’", relatou.
Com o exame de diagnóstico PET-CT, verificou-se que o tumor original estava no intestino delgado e tinha apenas um centímetro, o que explicou o porquê de não ter sido detetado antes.
Rosana foi submetida a uma cirurgia, na qual lhe foram retirados o tumor intestinal e parte do fígado. Seis anos depois, foi-lhe identificada uma lesão retroperitoneal e, após ser novamente operada, ficou em remissão, até 2022.
Nesse ano, uma nova mancha surgiu no mesmo local, mas os profissionais de saúde optaram pela administração de injeções mensais de análogos da somatostatina, que bloqueiam as hormonas do tumor e abrandam o seu crescimento. Volvidos três anos de tratamento, a mulher está livre de medicação e é apenas vigiada.
"O meu tumor está quietinho, controlado. É só uma manchinha", disse.
Mas ressalvou: "Sei que vou ter isto para o resto da vida, mas estou bem. Voltei a respirar, a dormir e a viver bem."
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