Bombeiros que violaram jovem no Fundão ficam em liberdade
- 25/11/2025
Os onze elementos da corporação de bombeiros do Fundão que foram detidos esta terça-feira, dia 25 de novembro, por serem suspeitos da prática de um crime de agressão sexual, contra um jovem de 19 anos, vão ficar em liberdade com Termo de Identidade e Residência.
Em comunicado, o Tribunal do Fundão revelou ainda que os 11 bombeiros ficaram proibidos de contactos com a vítima, também bombeiro, sendo que oito ficaram impedidos de entrarem e frequentarem o quartel.
Segundo o tribunal, os 11 bombeiros estão ainda proibidos de frequentar e permanecer na residência e trabalho da vítima e de se aproximarem a menos de 500 metros e proibidos de contactar com os demais arguidos e testemunhas dos autos.
A decisão do tribunal considerou os "elementos de prova recolhidos até ao momento" e verificou haver "perigos de continuação da atividade criminosa, perturbação do decurso do inquérito e perturbação da ordem e tranquilidade públicas".
Três destes bombeiros estão ainda obrigados a apresentações periódicas, uma vez por semana, à quarta-feira, no posto territorial da respetiva área de residência.
Os oito bombeiros impedidos de entrar e frequentar o quartel poderão ver esta medida ser levantada, "com exceção de grave, documentada e fundamentada situação em que esteja em causa o perigo das populações, nomeadamente de grave incêndio, e a força de trabalho dos arguidos seja absolutamente imprescindível à salvaguarda da vida, integridade física e/ou património referidas populações".
De notar que seis bombeiros detidos pela PJ estão indiciados pela prática de dois crimes de violação e um crime de coação sexual, três outros pela prática de um crime de violação e um de coação sexual e dois por crime de violação.
Recorde-se que "a vítima é um jovem bombeiro de 19 anos, que foi "sujeito a atos sexuais violentos, numa duvidosa praxe".
Os factos, que terão acontecido no interior do quartel, no âmbito de uma praxe ao novo membro da corporação, ocorreram no mês de setembro, tendo sido denunciado às autoridades pela própria vítima, com o apoio do Comando desta corporação que, segundo a PJ, "em todo o momento colaborou com a Polícia".
Bombeiros detidos vão ser alvo de um processo de inquérito interno
O comandante dos Bombeiros Voluntários do Fundão, José Sousa, disse, esta terça-feira, que os bombeiros detidos por suspeita de dois crimes de violação e um de coação sexual vão ser alvo de um processo de inquérito interno.
"Internamente, aquilo que se está a fazer, neste momento, é um processo de inquérito. Vamos averiguar se há motivo para uma ação disciplinar. Externamente, as autoridades competentes estão a ouvir os intervenientes", explicou José Sousa à agência Lusa.
Associação dos Bombeiros Voluntários do Fundão admite expulsão dos suspeitos
Os Bombeiros Voluntários do Fundão garantiram hoje que haverá "consequências disciplinares, laborais e institucionais", incluindo se necessário a expulsão, caso se venham a confirmar os factos de que são acusados 11 elementos da corporação.
Numa nota enviada à comunicação social, a direção da Associação Humanitária e o comando do Corpo de Bombeiros do Fundão explicaram que, assim que tiveram conhecimento dos factos, "determinaram de imediato a abertura dos respetivos processos disciplinares, de modo a averiguar internamente o ocorrido e assegurar o cumprimento rigoroso dos deveres e responsabilidades institucionais".
Onze bombeiros voluntários do Fundão, distrito de Castelo Branco, foram hoje detidos pela Polícia Judiciária (PJ) por serem suspeitos de dois crimes de violação e um de coação sexual, dos quais terá sido vítima um outro bombeiro, numa praxe.
[Notícia atualizada às 19h02]
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