Bangladesh pede extradição da ex-primeira-ministra condenada à morte
- 23/11/2025
Os protestos culminaram com a demissão e fuga de Sheikh Hasina para a Índia.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Bangladesh enviou na sexta-feira à Índia uma carta solicitando a extradição da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina", confirmaram hoje à EFE fontes governamentais.
O envio da carta ocorre quase uma semana depois de o Tribunal Internacional de Crimes de Daca (ICT) ter condenado a ex-primeira-ministra Hasina à pena de morte pela repressão dos protestos que precederam a sua demissão em 05 de agosto de 2024.
O tribunal, de caráter doméstico e sem jurisdição fora do país, considerou-a culpada de crimes contra a humanidade pelo assassinato de manifestantes, perseguição e uso de força letal durante os protestos.
Após o anúncio da sentença, o governo interino do Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus também solicitou formalmente a Nova Deli a entrega imediata da ex-presidente, que permanece exilada na Índia desde a sua fuga, e de um dos seus colaboradores, também condenado à morte.
O governo indiano afirmou horas depois o seu compromisso com "os melhores interesses do povo de Bangladesh, incluindo a paz, a democracia, a inclusão e a estabilidade", sem se pronunciar sobre a extradição.
A Índia e Bangladesh têm, desde 2013, um tratado de reciprocidade em matéria de extradição, mas a sua aplicação não é automática. Especialistas jurídicos garantiram à EFE que, em casos de natureza política, a reciprocidade pode não ser aplicada, pelo que é fundamental determinar a categoria das acusações apresentadas.
A ONU reconheceu o processo judicial, embora tenha rejeitado a pena capital, enquanto organizações como a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional denunciaram a falta de garantias do julgamento.
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