Ataque nas Caraíbas? Trump diz "acreditar" em Pete Hegseth: "Não ordenou"
- 01/12/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, no domingo, não acreditar numa reportagem que disse que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, tinha ordenado que não houvesse sobreviventes depois de um ataque militar norte-americano a uma embarcação suspeita de tráfico de droga no mar das Caraíbas, em setembro.
"O Pete disse que não ordenou a morte daqueles dois homens", referiu, em declarações aos jornalistas a bordo do Air Force One.
E salientou: "Eu acredito nele".
De notar que, na sexta-feira, o jornal Washington Post noticiou que um comandante do Comando Conjunto de Operações Especiais, que liderava a operação, tinha ordenado um segundo ataque aéreo contra uma embarcação que transportava 11 suspeitos de narcotráfico.
Alegadamente, esta segunda ordem para "matar todos" teria partido de Pete Hegseth.
Trump insistiu que "não teria desejado isso" e adiantou que a sua administração iria "analisar" o sucedido. Mas, reiterou: "Ele disse-me que não disse aquilo. Acredito nele".
Peter Hegseth, inclusive, negou a informação da reportagem através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), dizendo que "como de costume, as notícias falsas estão a divulgar mais reportagens fabricadas, inflamatórias e depreciativas para desacreditar os guerreiros incríveis que lutar para proteger a pátria".
"Como dissemos, desde o início, e em todas as nossas declarações, esses ataques altamente eficazes são planeados para serem ataques cinéticos letais", explicou, acrescentando que "a intenção declarada é impedir o tráfico de drogas, destruir os barcos de narcotráfico e matar os narcoterroristas que estão a envenenar o povo americano".
"Todos os traficantes que matámos são afiliados de uma organização terrorista designada", disse, citado pelo New York Post.
Senador republicano promete "supervisão rigorosa"
A Comissão de Serviços Armados do Senado dos EUA prometeu levar a cabo uma "supervisão rigorosa", após a imprensa noticiar que o secretário de Defesa deu ordem para "matar todos" os ocupantes de um suposto barco com narcotraficantes.
O senador republicano Roger Wicker, que é frequentemente um aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira, em comunicado, a investigação dos detalhes do alegado ataque de 2 de setembro.
O comunicado foi assinado também por Jack Reed, senador democrata daquela comissão.
"Se isso aconteceu seria muito grave"
Alguns membros do Congresso norte-americano, democratas e republicanos, estão preocupados que possa ter havido um crime de guerra na decisão da administração de Donald Trump em atacar lanchas supostamente envolvidas no tráfico de droga no mar das Caraíbas.
"Obviamente, se isso aconteceu seria muito grave e concordo que seria um ato ilegal", disse o republicano Mike Turner, congressista pelo Ohio, em declarações à televisão CBS.
À mesma estação de televisão, o senador democrata Tim Kaine, do estado da Virginia, disse que se a informação for verdadeira, aquele ataque "atingira o nível de crime de guerra".
De recordar que o secretário da Defesa norte-americano anunciou, no início do mês de novembro, uma nova operação militar, denominada "Lança do Sul", para combater "narcoterroristas" no Hemisfério Ocidental.
Numa publicação nas redes sociais na noite de quinta-feira, Hegseth afirmou que a missão será liderada pela Força-Tarefa Conjunta Lança do Sul e pelo Comando Sul dos Estados Unidos (Southcom).
O objetivo é defender a "Pátria, remover os narcoterroristas do nosso Hemisfério e proteger a nossa Pátria das drogas que estão a matar o nosso povo", adiantou.
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