Anunciada comissão que vai investigar incêndio em Hong Kong
- 12/12/2025
A comissão será liderada pelo juiz do Tribunal de Primeira Instância do Tribunal Superior de Hong Kong, David Lok, "e começará formalmente o trabalho no final deste mês, com a perspetiva de concluir o trabalho nove meses após o início da tarefa", segundo referiu um comunicado publicado pelo executivo da região administrativa especial chinesa.
A comissão irá examinar todos os aspetos do incêndio, a começar pelas causas que aceleraram a propagação das chamas, supostamente atribuída aos materiais de proteção das reparações do edifício, mas também irá avaliar a resposta dos bombeiros ao pedido de socorro e a situação legal das obras.
De acordo com as conclusões finais da equipa, a comissão irá apresentar ao chefe do executivo do território, John Lee, uma série de propostas para elaborar.
O mandatário prometeu à população uma série de "reformas profundas, com o objetivo de evitar que incidentes semelhantes se repitam".
Durante o anúncio da comissão, John Lee admitiu que o juiz investigador enfrenta uma "tarefa titânica" e que talvez nove meses seja um prazo insuficiente.
"O facto é que quero resolver esta questão o mais rapidamente possível e decidi estabelecer um prazo que considero realista, desde que a comissão disponha de meios suficientes para agir", afirmou.
"É uma grande responsabilidade e um desafio em apenas nove meses, mas todos eles têm a paixão e o amor por Hong Kong necessários para assumir essa responsabilidade com tanta coragem. Estou profundamente grato a eles", concluiu.
As autoridades anticorrupção estão a investigar diretamente 13 pessoas ligadas ao incêndio sob a presunção de terem cometido homicídio por negligência, entre elas os diretores e um consultor de engenharia de uma empresa de construção responsável pelas obras de remodelação do edifício.
Na terça-feira, as Nações Unidas expressaram preocupação com a aplicação de "leis draconianas" de segurança nacional pelas autoridades de Hong Kong contra pessoas que exigem explicações sobre o pior incêndio que a cidade sofreu em décadas.
"Os habitantes de Hong Kong exigem legitimamente respostas e que os responsáveis prestem contas, para que as centenas de vítimas sejam devidamente indemnizadas e para que uma tragédia como esta não se repita", afirmou o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, num comunicado.
Na sequência do incêndio de 26 de novembro, as autoridades lançaram um aviso contra aqueles que "exploram a tragédia", tendo detido até então quatro pessoas por sedição.
Leia Também: Arquiteto defende "rigor" na construção após tragédia em Hong Kong













