António Filipe defende que regionalização é "vantagem" para desenvolvimento
- 16/12/2025
"Eu lamento que não tenham sido criadas as regiões administrativas, tal como estavam - e estão ainda - na Constituição, e que se tenha criado um obstáculo artificial, que foi a exigência do referendo obrigatório, que está, lamentavelmente, na Constituição, porque assim foi decidido, por acordo entre o PS e o PSD, na revisão constitucional de 1997, inviabilizando, na prática, a criação das regiões administrativas", afirmou António Filipe à agência Lusa.
Para o candidato a Belém, se, a nível regional, «houvesse representantes eleitos, legitimados pelo voto popular, isso seria uma vantagem para a democracia e para o desenvolvimento do país».
António Filipe esteve hoje na Guarda em ações de pré-campanha, tendo contactado com trabalhadores e utentes do Hospital Sousa e vai participar esta noite num jantar com apoiantes.
Devido ao mau tempo, a passagem pela Rua do Comércio, no centro da cidade, onde estava previsto falar com comerciantes e população, foi cancelada.
Na cidade mais alta, o candidato presidencial defendeu que o país devia ser "economicamente e socialmente mais equilibrado" e não "virado para o litoral", apontando que o despovoamento e a desertificação do interior geram também problemas no litoral, como "o excesso de população, a dificuldade de acesso a serviços de saúde e a falta de habitação".
"Condenar o interior por falta de condições para a fixação das populações e para o seu desenvolvimento prejudica todo o país", afirmou.
Por isso, Portugal "não pode deixar de investir no interior, criando condições para que haja investimento, nomeadamente público, garantindo serviços essenciais para que as populações fixem, designadamente, creches, escolas, serviços de saúde e outros da administração pública".
Mas isso não está a acontecer, considerou.
"De promessas em promessas, aquilo a que temos assistido é a perda de população e ao abandono do mundo rural, o que muito contribui para os fogos florestais com que somos confrontados todos os anos", realçou.
Para António Filipe, faz falta uma política de "desenvolvimento equilibrado» no país, cabendo ao Presidente da República, "não sendo Governo, a exigência de defender uma política de desenvolvimento no interior do nosso país".
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