Anita Guerreiro. As homenagens dos colegas e amigos à "voz de Lisboa"
- 08/12/2025
A fadista Anita Guerreiro morreu este domingo, 7 de dezembro, aos 89 anos. A atriz residia na Casa do Artista, em Lisboa e foi a instituição que anunciou a sua partida nas rede sociais.
Nome incontornável do fado português, Anita deixou muitos amigos e colegas consternados com a sua morte e nas redes socias multiplicaram-se homenagens à artista.
Heitor Lourenço relembrou os tempos que trabalharam juntos com enorme emoção.
"A Anita Guerreiro é património nacional. Que privilégio tive em trabalhar com esta força artística. Desde os meus primeiros trabalhos que a tive perto. Ficámos amigos. Somos amigos. A sua alegria era imensa. E espalhou-se por todo o lado e agora pelo espaço fora. Beijinhos à querida Pepita [filha de Anita] que por causa da Anita guardo-a como amiga. Trabalhámos em tantas coisas e num tempo bom. A Anita é meu património", escreveu o ator.
Maria Rueff enalteceu o enorme contributo que Anita Guerreiro deu à cultura portuguesa.
"Anita Guerreiro, a maior tradução de uma Lisboa bairrista que já não volta. Alegre como uma marcha de Santo António que parecia ter sido escrita para ser cantada por ela, com a garra de quem sabe apregoar a plenos pulmões pelas colinas, cheia de uma graça trocista, malandra, cúmplice, sem peneiras, própria da sabedoria que a dureza da vida ensina, mas ainda assim, com o coração intacto, puro e cheio de amor para distribuir por toda a gente", começa por dizer a atriz.
"Que diz «Lisboa» como já quase ninguém sabe dizer, um «Lisboa» moldado por noites e noites de Parque Mayer e da lida das casas de fado. As saudades que vou ter de te ver no Faia, minha inesquecível e adorada Anita! Descansa agora em paz ... E acredita não há pedrinha das ruas e escadinhas, calçadas e vielas desta cidade, que não saiba o teu nome. De pé te entrego o meu mais sentido aplauso com respeito, amizade, carinho e por tudo te agradeço!", escreveu, por fim Maria Rueff.
João Baião também não esqueceu a adorada colega e deixou uma mensagem nas redes sociais.
"Notícia tão triste. Minha querida Anita Guerreiro! A primeira vez que subi ao palco do Maria Vitória no Parque Mayer foi ao lado da maravilhosa Anita Guerreiro. Um grande aplauso para a Voz de Lisboa, de Portugal!", recordou o apresentador da SIC.
A fadista Raquel Tavares fez questão de mencionar a obra e trabalho da colega que foi tantas vezes como uma "mãe" para si.
"Os últimos dias têm sido tão felizes… Mas hoje acordei com a notícia de que tinha partido a Anita… Tentarei não me demorar na tristeza para lhe fazer jus, porque a Anita era uma alma em festa, com Lisboa na voz. Como se diz na gíria «uma casa cheia». Tinha colo de mãe e deu-mo muitas vezes. Tratavamo-nos por primas, por partilharmos o apelido e nunca lhe senti a autoridade que a idade e o estatuto lhe permitiria. Há pouco disse a um amigo, que esta casa que é o fado, está a perder as suas bases… A Anita era um pilar dos fortes. Absolutamente consensual. Temos que os cantar para manter a casa firme. Cantar-te-ei querida Anita. Obrigada", referiu a cantora.
O músico Diogo Clemente assinalou a vida cheia que Anita Guerreiro teve e relembrou os momentos que viveram juntos.
"Rimos muito e partilhámos muita vida e muito fado. O Faia deu-me muita coisa bonita e tê-la na minha vida foi uma delas. Aqui da minha janela vou ouvindo o Cheira a Lisboa aí pelas notícias ao almoço. Fez a sua parte muito bem feita. Se já tinha saudades suas agora estão eternizadas. E já tá tudo à gargalhada lá em cima de certeza. Anita Guerreira. Mais um pilar ao chão", escreveu o produtor.














