Angola vai lançar concurso para concessão do corredor ferroviário do Namibe
- 01/12/2025
Ricardo de Abreu foi hoje o convidado da IV edição do "Conversas Economia 100 Makas", programa do jornalista angolano Carlos Rosado de Carvalho, que abordou o tema sobre "A Mobilidade de Pessoas e Bens em Angola".
Segundo o ministro, este projeto de desenvolvimento do Corredor do Namibe, com a diferença de não possuir integração regional, vai replicar "a história do Corredor do Lobito", infraestrutura ferroviária que liga o Porto do Lobito, na província de Benguela, às vizinhas República Democrática do Congo e da Zâmbia.
O titular da Pasta dos Transportes de Angola sublinhou que o Projeto de Desenvolvimento Integrado da Baía de Moçâmedes, recentemente inaugurado, que visa transformar o Porto do Namibe num eixo logístico de referência no Atlântico Sul, abre potencial para um novo corredor.
O governante angolano salientou que anteriormente grande parte da carga da zona sul "era muitas vezes desviada para o Porto de Walvis Bay [Namíbia]", mas neste momento o Porto do Namibe tem potencial "para, pelo menos, complementar a oferta que vai acontecendo na Namíbia".
Ricardo de Abreu sublinhou a concorrência de infraestruturas ou de projetos não é o tema em África, mas sim o défice de infraestruturas e a sua pouca exploração, "e por isso é que os custos logísticos em África, não em Angola, são quatro vezes maiores que os custos logísticos em outras áreas do mundo".
"Porque temos efetivamente um 'gap' de infraestruturas e serviços. Este projeto está entregue, nós ainda esta semana vamos lançar o concurso para a concessão do Corredor do Namibe, na prática procurar replicar a história do Corredor do Lobito, sendo que neste caso em particular, não estamos a falar de um corredor que já tenha integração regional", frisou.
De acordo com Ricardo de Abreu, a integração regional vai ser uma das imposições enquanto obrigações de investimento por parte do consórcio concessionário que ganhar este concurso.
O Governo vai dar continuidade ao programa das concessões, prosseguiu o ministro, dada a sua importância "não só pela sua capacidade de geração de receitas", mas por aquilo que os parceiros internacionais têm trazido para o país.
"Mais capacidade, melhor governação, mais capacidade de gestão operacional, mais inovação e tecnologia, isto está a acontecer nos vários domínios do setor, particularmente onde já temos operadores de referência a funcionarem ao lado dos nossos operadores", referiu.
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