"Almocei com Ventura. Chegámos à conclusão que não tínhamos interseções"

  • 17/09/2025

O almirante Henrique Gouveia e Melo considerou, esta quarta-feira, ser o "único" candidato presidencial "verdadeiramente independente", sem qualquer tipo de "ligações partidárias". É que, na ótica do antigo chefe do Estado-Maior da Armada, os candidatos a Belém devem "ser tribunos do todo, e não tribunos de uma fação". Rejeitou, além disso, estar "preocupado" com as sondagens, tampouco com a entrada do presidente do Chega, André Ventura, na corrida, por não pertencer "ao mesmo espaço político".

 

"Não sei se estamos a concorrer para umas eleições presidenciais ou para uma segunda volta de Legislativas. Há uma partidarização destas Presidenciais, cada partido parece que vai entrar com o seu próprio candidato", começou por dizer, em entrevista à SIC Notícias.

E concretizou: "Acho que, nas eleições presidenciais, devemos ser tribunos do todo, e não tribunos de uma fação. [...] De uma forma muito clara, sou o único candidato verdadeiramente independente, sem ligações partidárias."

Apesar de ter apontado que os partidos "têm o seu papel", Gouveia e Melo ressalvou que, a seu ver, as ligações partidárias dão azo a "divisionismos", ao invés de representar o interesse coletivo.

Questionado quanto à eventual falta de independência de antigos presidentes associados a partidos, como foi o caso de Mário Soares, de Aníbal Cavaco Silva, de Jorge Sampaio e até de Marcelo Rebelo de Sousa, o almirante justificou que "os tempos mudaram muito" e que estes chefes de Estado "eram muito superiores ao seu espaço político partidário".

"Participaram no período revolucionário, foram pais da democracia e tinham um papel e uma independência dos seus partidos muito grande. Portanto, fizeram, sem nenhum problema, a função presidencial. [...] Neste momento, os concorrentes partidários têm uma dependência muito grande do apoio partidário para chegarem à posição presidencial. Essa dependência vai criar problemas no futuro", alertou.

Gouveia e Melo assumiu, assim, identificar-se com os portugueses que já votaram tanto no Partido Socialista (PS), como no Partido Social Democrata (PSD), uma vez que se situa "nesse centro e nesse espaço político".

"Não considero que o meu posicionamento seja exatamente o do PSD ou o do PS. [...] Imagine que o espetro político é um prato com duas balanças. Onde é que vai meter o fixe? Num dos lados da balança? O prato cai, tem de meter ao centro. Só um presidente com uma leitura ao centro terá a equidistância de todo o espetro político [para dar origem a] uma sociedade diferente. É isso que pretendo", disse.

Mas ressalvou: "Todos somos portugueses. Não rejeito nenhum voto; nem da extrema-esquerda, nem da extrema-direita, desde que sejam votos dos portugueses. Todos os votos são iguais. [...] Todos os portugueses devem estar unidos num fim comum e num objetivo comum."

"Não estou preocupado, porque só há uma sondagem importante. Essa sondagem é no dia 18 de janeiro de 2026"

A título de exemplo, o almirante indicou que, num jogo de futebol, é difícil que um árbitro exerça as suas funções "quando está preso a uma das fações". "A independência garante, de alguma forma, um sistema mais justo e equilibrado", completou.

"O grande poder da Presidência está no exemplo, na palavra e na motivação que consegue transmitir à sociedade", disse ainda.

O antigo chefe do Estado-Maior da Armada assumiu, de igual modo, não estar "preocupado" com os dados das sondagens, que o colocam em empate técnico com os adversários mais diretos, nomeadamente Luís Marques Mendes e António José Seguro, uma vez que "há sondagens para todos os modos e para todos os feitios".

"Quando houve uma sondagem que me pôs mais abaixo, passados três ou quatro dias apareceu uma sondagem que me pôs sete ou oito pontos acima. [...] A tendência de sondagens com uma amostra muito pequena [tem] uma grande variabilidade. Não estou preocupado, porque só há uma sondagem importante. Essa sondagem é no dia 18 de janeiro de 2026. Até lá, todos nós temos de fazer o melhor pelos nossos discursos e pelas nossas propostas políticas", defendeu.

"Almocei com André Ventura. Chegámos à conclusão óbvia de que não tínhamos interseções"

Gouveia e Melo confessou também não estar "preocupado" com a entrada do líder do Chega na corrida a Belém, ao mesmo tempo que admitiu não ter entendido os motivos por detrás da decisão de André Ventura.

"Não estou preocupado, porque não pertencemos ao mesmo espaço político. O meu espaço político é mais ao centro. Claro que há eleitores que se sentem frustrados com a política e uns votarão em mim, outros mais à Esquerda, outros mais à Direita. [...] Não vou recusar nenhum voto de nenhum português. Não quero representar só uma fação de portugueses. Isso são os outros candidatos, que querem representar as suas faixas partidárias", reiterou.

Recusou, além disso, responder às críticas do presidente do Chega, já que assegurou ser "independente" dos seus "apoiantes". "Não dependo de nenhum partido, nem dos meus apoiantes. Tenho uma candidatura que faz o seu caminho sozinha. [...] Não sou o resultado dos meus apoiantes. Não fui mudar as minhas ideias para colher apoio em certas faixas da sociedade, e isso é precisamente uma das coisas que me distinguem de André Ventura", asseverou.

O almirante recordou, inclusive, que o líder do Chega equacionou apoiar a sua candidatura, mas que recusou tal suporte. Confrontado com o almoço que manteve com Ventura, no final de agosto, Gouveia e Melo garantiu que já almoçou com outras personalidades políticas e que tenciona continuar a fazê-lo, quer à Esquerda, quer à Direita.

"Eu não comento os meus almoços privados com os diversos atores políticos, económicos e sociais. No entanto, para que seja claro, eu almocei com o doutor André Ventura. [...] O grande objetivo foi esclarecer as posições mútuas e os nossos entendimentos mútuos. Chegámos à conclusão óbvia de que não tínhamos interseções. Não há interesse comum", disse.

Note-se que, além de Gouveia e Melo, já entraram na corrida a Belém o ex-líder do PSD, Luís Marques Mendes, o ex-líder do PS, António José Seguro, o ex-deputado do Partido Comunista Português (PCP), António Filipe, a ex-líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, e o ex-líder da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo.

[Notícia atualizada às 22h43]

Leia Também: Aguiar-Branco admite inquérito do Chega mas com avisos sobre legalidade

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/politica/2855301/presidenciais-sou-o-unico-candidato-verdadeiramente-independente#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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