Alemanha prepara "centro de retorno" para migrantes da UE para África
- 20/11/2025
A informação foi adiantada pelo ministro das Migrações da Grécia, Thanos Plevris, em entrevista à emissora pública ERT, e citada pelo portal de notícias europeias Euractiv.
Plevris acrescentou que houve progressos de Berlim para criar "um ponto de onde regressaremos migrantes irregulares de fora da UE para África", efetivamente uma instalação num terceiro país para requerentes de asilo rejeitados.
O ministro acrescentou ainda que estão em curso discussões com o que descreveu como "países africanos seguros" para os migrantes que "não podem ser devolvidos aos seus países de origem".
As declarações de Plevris surgem depois da Comissão Europa ter proposto, em março, o endurecimento do mecanismo de deportação da UE, criando um sistema unificado e abrindo caminho à instalação de "centros de retorno" em países terceiros.
A proposta está atualmente em discussão no Parlamento Europeu e no Conselho, com as capitais da UE a procurarem definir uma abordagem geral sobre o assunto até dezembro.
Plevris enfatizou que o projeto liderado pela Alemanha ficaria fora do âmbito da UE, como uma cooperação entre Estados-membros dispostos a colaborar.
E apresentou-o como uma cópia do acordo da Itália com a Albânia em 2023, no qual os dois países concordaram em processar os pedidos de asilo em centros de detenção offshore para acelerar os regressos.
"Exatamente o que a Itália está a tentar fazer com a Albânia, nós queremos fazer no continente africano", frisou Plevris.
Para o ministro grego, a Albânia "não é totalmente dissuasora" porque os que para lá são transferidos "sabem que depois podem regressar à Europa".
Transferir pessoas para fora da Europa, acrescentou, é "completamente dissuasor".
"Imagine um egípcio a tentar vir para a Europa e nós enviamo-lo para o Uganda", sublinhou.
O plano de Itália, no entanto, enfrentou contestações judiciais, levando Roma a reformular as instalações como centros de repatriamento até março de 2025.
Esta conversão "está em conformidade com a legislação da UE", disse a Comissão Europeia em março.
"A legislação nacional italiana seria aplicada nestes centros", acrescentou.
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