Alemanha ativa escudo antimíssil Arrow adquirido a Israel
- 03/12/2025
A Alemanha pode agora defender-se "contra mísseis balísticos de longo alcance a altitudes superiores a 100 quilómetros", realçou o responsável da Luftwaffe (Força Aérea alemã), Holger Neumann, durante uma cerimónia na Base Aérea de Holzdorf, a sul de Berlim, no leste da Alemanha.
Esta estrutura protetora é o primeiro local operacional de um projeto que custará ao país 3,8 mil milhões de euros, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa, o coronel Mitko Müller, numa conferência de imprensa à parte.
Berlim pretende a implementação completa do seu sistema até 2028 com "a conclusão do último local", acrescentou, sem especificar a localização dos restantes.
Desenvolvido e produzido em conjunto por Israel e pelos Estados Unidos, o míssil Arrow 3, cuja versão mais recente foi implementada em 2017, está a ser utilizado pela primeira vez fora de Israel.
No Médio Oriente, nos últimos dois anos, possibilitou a "interceção de dezenas de mísseis balísticos", lembrou Amir Baram, alto responsável do Ministério da Defesa israelita, em Holzdorf, onde foi hasteada a bandeira de Israel.
Com o Arrow, Berlim está a "assumir as suas responsabilidades" e a "fortalecer o pilar europeu da NATO", enfatizou o Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, em comunicado.
Esta entrada em funcionamento representa mais um passo no reforço das Forças Armadas alemãs, uma prioridade do governo desde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, no início de 2022.
A entrada em funcionamento do Arrow complementa o projeto de defesa aérea alemão European Sky Shield (ESSI), apresentado por Berlim em agosto de 2022, que combina os seus mísseis Iris-T para defesa de curto alcance com os sistemas Patriot americanos para mísseis de médio alcance.
A Alemanha lidera este projeto europeu, que inclui agora 24 Estados-membros, incluindo o Reino Unido, mas não a França.
Paris defende um sistema de defesa aérea que utilize equipamento europeu, mas para Berlim a prioridade é agir rapidamente perante a ameaça russa.
Em outubro, os serviços de informação alemães avaliaram a Rússia como pronta para "entrar em conflito militar direto com a NATO" até 2029 e consideraram a Alemanha o "alvo número um da Rússia na Europa", especialmente devido ao seu "papel de liderança no apoio à Ucrânia".
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na terça-feira que não deseja uma guerra com a Europa, mas está "pronto" para uma se os europeus "a quiserem e a iniciarem".
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