Afinal, há vida no banco. Como mal-amados de Mourinho 'safaram' o Benfica
- 01/12/2025
A vitória sofrida do Benfica na casa do Nacional, na noite do passado sábado, foi a prova de que, afinal, José Mourinho tem soluções de sobra do banco de suplentes e de que, talvez, não seja má ideia olhar para os supostos mal-amados, porque existe por lá talento e qualidade.
É certo que a capacidade de pressão e agressividade dos suplentes pode não ser a mesma do onze titular, mas há quem esteja a gritar por uma oportunidade para mostrar trabalho ao técnico setubalense.
Há dias, e depois da vitória contra o Atlético CP na Taça de Portugal, José Mourinho assumiu que, ao intervalo do jogo no Estádio do Restelo, fez "quatro substituições, mas gostava de ter feito nove", numa clara alusão à falta de compromisso e atitude de alguns dos seus jogadores.
Ainda assim, a ida à Choupana provou que, afinal, o treinador do Benfica pode confiar em quem é uma alternativa aos titulares. Gianluca Prestianni, suplente não utilizado contra Atlético CP e Ajax, e Andreas Schjelderup, suplente não utilizado contra o Ajax e na última ronda da I Liga, diante do Casa Pia, acabaram por estar ligados ao triunfo, no Funchal.
Outrora mal-amados do treinador setubalense, o argentino e o norueguês foram os ases de trunfo para contrariar a muralha defensiva dos insulares. Prestianni marcou um golaço, ao minuto 89, que empatou então o encontro, antes de Schjelderup combinar com o capitão Nico Otamendi para assistir para o tento vitorioso de Pavlidis.
A esta dupla podemos até podemos juntar Franjo Ivanovic. Muito criticado pela falta de golo e ainda pela, por vezes, falta de entrosamento com os restantes colegas de equipa, o croata não marcou, mas a sua entrada em campo ampliou desgaste no rival. Ainda que não seja um goleador como Pavlidis, é um atleta que arrasta consigo as marcações para libertar espaço para um outro jogador tentar marcar.
Formação pode ganhar outro relevo como alternativa
Numa altura em que escasseiam as opções para as alas, dadas as lesões prolongadas de Dodi Lukebakio e de Bruma, José Mourinho foi obrigado a olhar para dentro de portas e a procurar alternativas na formação encarnada e no Benfica Campus.
Rodrigo Rêgo é a mais recente aposta. O jovem foi titular na Taça de Portugal diante do Atlético CP e não traiu o treinador português como o próprio técnico admitiu. Seguiu-se a estreia na Liga dos Campeões, com o Ajax, e a titularidade, na Madeira, num jogo que em que esteve longe de mostrar a ousadia dos duelos anteriores.
Esta aposta na formação não se deve ficar por aqui. Ivan Lima é outro dos jovens que já foi utilizado por Mourinho esta temporada e que mereceu elogios, por ter um perfil diferente de outros que estão à disposição do treinador de 62 anos. João Rego, João Veloso, Leandro Santos e Diogo Prioste também têm treinador com os séniores, ainda que apenas os dois primeiros já tenham sido utilizados por Mourinho.
Ainda nos últimos dias, e na preparação para o encontro em casa do Nacional, Kevin Pinto, Tiago Freitas, Eduardo Fernandes e Francisco Silva foram chamados aos trabalhos da equipa principal encarnada. Outros jovens, como Olívio Tomé, Gonçalo Moreira ou Federico Coletta podem merecer uma oportunidade nas próximas semanas.
José Mourinho não se tem furtado em demonstrar que não está muito contente com a qualidade dos jogadores que tem à sua disposição, tal como deu a entender após o duelo no Restelo, mas, como diria Gerard Piqué, es lo que hay. Posto isto, é olhar para o talento que tem no banco de suplentes e utilizá-lo até janeiro, altura em que poderá ganhar uma ou outra alternativa para o ataque.
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