Abel ao ataque depois de perder o título: "Só me engana quem eu quero"
- 04/12/2025
O Flamengo é o novo campeão brasileiro, depois de, na madrugada de quarta para quinta-feira, ter levado de vencida o Ceará, no Maracanã, por 1-0, graças a um golo 'solitário' de Samuel Lino, antigo jogador do Gil Vicente, que valeu uma vantagem de cinco pontos sobre o Palmeiras, quando resta apenas uma jornada por disputar.
À mesma hora, o Verdão até derrotou o Atlético Mineiro, em plena Arena MRV, por categóricos 0-3, à 'boleia' dos remates certeiros de Flaco López, Allan Ellias e Luighi, aos 9, 20 e 81 minutos, respetivamente, mas de nada serviu. Isto, num jogo em que se viu reduzido a dez unidades, à beira do apito para o intervalo, devido à expulsão de Joaquín Piquerez.
Após o apito final, em Minas Gerais, o treinador português Abel Ferreira 'pegou' neste lance e comparou-o com o cartão vermelho direto 'perdoado' a Bruno Fuchs, por entrada dura sobre Erick Pulgar, no passado sábado, na final da Taça Libertadores, na qual foi derrotado pelo Mengão, por 0-1.
"O Palmeiras é um clube diferente e especial, e, mais do que tudo, sou um treinador de relações. A mim, só me engana quem eu quero. Hoje, aconteceu um lance exatamente igual ao da final da Libertadores. Os títulos que ganhei no Palmeiras não têm asteriscos", afirmou, em declarações reproduzidas pelo portal canarinho Globoesporte.
"Sim, perdemos, fomos vice-campeões. Este ano, fomos 'vices' em quase todas as competições, mas viram o beijo que eu dei na medalha [da Taça Libertadores]? Foi um beijo na medalha e no símbolo do Palmeiras. Tenho orgulho de ser palmeirense. Não há asterisco. Ganhamos e perdemos, mas não há asteriscos nos nossos títulos", prosseguiu.
"Quantas vezes me ouviram dizer que seria contra tudo e contra todos? E que, depois do jogo contra o São Paulo [vitória, por 2-3], muita coisa mudou? A mim, só me engana quem eu quero. Tenho orgulho em ser treinador do Palmeiras, e volto a dizer que, no dia em que sentirem que não represento o Palmeiras à altura, não quero receber nem mais um real", rematou.
"O Palmeiras perdeu, mas não é perdedor"
Abel Ferreira aproveitou, ainda, a ocasião para aplaudir a maneira como o Palmeiras encarou a visita ao Atlético Mineiro, quando sabia, de antemão, que só um 'milagre' a manteria na corrida pelo troféu do Brasileirão: "Uma coisa é perder, outra é ser perdedor. Esta equipa perdeu, mas não é perdedora".
"Entendo que muita gente queira dizer que o segundo lugar é ruim, que nada presta. Hoje, demos mais uma amostra daquilo que esta equipa demonstrou ao longo deste ano, enquanto nos deixaram, porque há coisas que controlamos e outras não. Chegámos com cicatrizes, jogadores que ainda estavam a sangrar", sublinhou.
"Não reconheci a minha equipa com bola, porque perdemos o último jogo com bola. Hoje, houve uma sensação de orgulho ferido, de caráter. Mesmo com toda a reformulação, com 12 jogadores a entrar ao longo do ano, com lesões e com três pontos na frente, não fomos capazes de segurá-los", acrescentou.
Leia Também: Flamengo escapa de vez a Abel Ferreira e sagra-se campeão













