Ângela morreu no Natal após "tocar muitos corações". 300 mil já reagiram
- 26/12/2025
Ângela Pereira, a jovem de 23 anos, doente oncológica, que emocionou e uniu o país, no início de dezembro, com um apelo por uma nova esperança de sobreviver a um aspergiloma morreu na manhã de ontem, 25 de dezembro, precisamente, no Dia de Natal, no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, onde estava internada, depois de a sua condição clínica se ter agravado ao longo dos últimos dias.
A notícia foi dada "pela família e por alguém muito próximo" na página de Instagram que Ângela utilizou há 20 dias para exprimir a sua "grande vontade de viver" e pedir ajuda.
"Com profunda tristeza, comunicamos que a Ângela partiu. Antes de partir, pediu que fosse deixada aqui uma palavra de agradecimento a todas as pessoas que, de alguma forma, a ajudaram, apoiaram, rezaram, enviaram mensagens ou simplesmente estiveram presentes ao longo desta caminhada tão difícil", anunciaram, agradecendo "cada gesto, cada palavra e cada demonstração de carinho" enviados à jovem.
"Nunca esteve sozinha. Sentiu-se amada, acompanhada e amparada até ao fim. A todos os que fizeram parte desta rede de amor e força, o nosso mais sincero obrigada. Esse amor ficará para sempre guardado", realçaram.
A publicação foi feita há menos de 24 horas, mas mais de 306 mil pessoas já reagiram à mesma e quase 24 mil quiseram deixar uma última palavra a Ângela.
Entre os milhares de internautas anónimos que elogiaram a força e coragem de Ângela, estão muitos nomes conhecidos, que acompanharam a luta da jovem, natural de Viana do Castelo.
De atletas a influencers, passando por ativistas, médicos e artistas, sejam quais forem as suas atividades profissionais, todos destacam a forma como Ângela foi uma "guerreira" e tentam transmitir alguma "força" aos entes queridos que agora se despedem dela.
"O teu nome ficou gravado no coração de Portugal", diz mesmo uma internauta. Já outro sublinha que Ângela "tocou muitos corações de uma forma que ninguém estava preparado para sentir".
O pedido de ajuda de Ângela
No dia 6 de dezembro, recorde-se, Ângela emocionou o país com o seu pedido de ajuda. Não pedia dinheiro, pedia apenas uma nova esperança, depois de os médicos do IPO do Porto a terem informado que já não havia nada a fazer para a manter viva.
Portugal uniu-se e, apesar de se saber que a probabilidade de um milagre acontecer era pouca, a onda de solidariedade que se gerou em volta da jovem de Viana chegou ao Reino Unido.
A família conseguiu até chegar à fala, segundo o Correio da Manhã, com um médico do National Aspergillosis Centre, localizado em Manchester, no Reino Unido. E isto, de acordo com o matutino, com a ajuda do influencer Numeiro.
Aspergilose invasiva: O problema que afetava Ângela
Ângela Pereira, que lutava contra um cancro no sangue há três anos, viu o seu quadro de saúde piorar depois de um fungo ter entrado nos seus pulmões, após ser submetida a um transplante de medula.
Num comunicado enviado às redações, na altura do pedido de ajuda de Ângela, o IPO do Porto explicou que se tratava de uma aspergilose invasiva, que, muitas vezes não é fatal, mas no caso de pessoas com "problemas pulmonares ou um sistema imunitário debilitado" pode "causar problemas de saúde" graves. Foi o caso da jovem de 23 anos: "Desenvolveu um quadro de aspergilose invasiva que foi resistente a todos os antifúngicos disponíveis, incluindo combinações de medicamentos".
Aspergilose invasiva: O problema que afeta jovem que fez apelo emotivo
Ângela Pereira está a lutar contra um cancro no sangue há três anos. O seu quadro de saúde evoluiu depois de um transplante de medula efoi recentemente diagnosticada com aspergilose invasiva. Revelou nas redes sociais que os médicos estão a desistir da sua situação. O hospital já reagiu.
Adriano Guerreiro | 11:41 - 09/12/2025De acordo com a European Lung Foundation a aspergilose invasiva aguda "é uma infeção grave e potencialmente fatal que se propaga rapidamente". Acaba por ser mais grave em pessoas que são submetidas a quimioterapia. "Começa nos pulmões, mas pode propagar-se a outros órgãos e causar complicações graves, como lesões pulmonares e infeções em todo o organismo", descreve a entidade.
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